quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia do Paleontólogo

Hoje é o dia do Paleontólogo. 
Data comemorada em todo o país com eventos interessantes como lançamento de publicações, debates etc. Achei super legal um poema de Pablo Neruda, colocado no site da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), que diz o seguinte:

"Morre lentamente.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todo os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, quem não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru......" 

E por aí vai. Um texto perfeito. Vale a pena ler por inteiro.

Outro poema super interessante de Pablo Neruda é: Ode ao gato.

"Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça. 
Pouco a pouco se foram
 compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça vôo. 
O gato,
 só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado, anda sozinho e sabe o que quer.
O homem quer ser peixe e pássaro,
 a serpente quisera ter asas, o cachorro é um leão desorientado, o engenheiro quer ser poeta, a mosca estuda para andorinha, o poeta trata de imitar a mosca, mas o gato quer ser só gato e todo gato é gato do bigode ao rabo, do pressentimento à ratazana viva, da noite até os seus olhos de ouro."
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"Oh fera independente da casa, arrogante vestígio da noite, preguiçoso, ginástico e alheio, 
profundíssimo gato,
 polícia secreta dos quartos, insígnia de um desaparecido veludo, certamente não há enigma na tua maneira, talvez não sejas mistério, todo o mundo sabe de ti e pertences ao habitante menos misterioso talvez todos acreditem, todos se acreditem donos, proprietários, tios de gato, companheiros, colegas, discípulos ou amigos do seu gato.
Eu não.
 
Eu não subscrevo.
 
Eu não conheço o gato.
 
Tudo sei, a vida e o seu arquipélago,
 o mar e a cidade incalculável, a botânica o gineceu com os seus extravios, o pôr e o menos da matemática, os funis vulcânicos do mundo, a casca irreal do crocodilo, a bondade ignorada do bombeiro, o atavismo azul do sacerdote, mas não posso decifrar um gato. 
Minha razão resvalou na sua indiferença,
 os seus olhos têm números de ouro."

Verdadeiro, não é?


Mas, a todos os paleontólogos de plantão, que amem gatos, PARABÉNS!